“Pouquíssimos animais modernos, particularmente os artrópodes, têm olhos tão sofisticados”, afirma Paterson. Moscas comuns, por exemplo, têm apenas 3 mil lentes. As únicas comparáveis são algumas moscas predadoras que possuem até 28 mil lentes em cada olho.A visão aguçada do Anomalocaris provavelmente o permitia procurar sua presa nas camadas superiores do oceano, bem iluminadas.Os primeiros artrópodes – o grupo que abriga os insetos, aranhas e o Anomalocaris – provavelmente tinham olhos compostos. Para utilizar esses olhos, o Anomalocaris tinha que ter um cérebro razoável. E, de fato, evidências moleculares sugerem que estruturas chave do cérebro humano vêm desde os primeiros animais complexos, a pelo menos 600 milhões de anos – muito antes do estranho camarão.
Ainda não é claro o que o Anomalocaris comia. Paterson aponta para marcas de mordida e outros ferimentos encontrados em trilobitas (artrópodes) do período, o que pode indicar ataques do predador. Mas também existem sugestões de que sua boca era fraca demais para quebrar conchas, e, nesse caso, ele devia procurar por animais moles.Peterson afirma que a ameaça do camarão deve ter forçado outras espécies, presas e outros predadores a evoluir rapidamente. Conchas duras eram um caminho óbvio, e surgiram logo depois. Estranhamente, o Anomalocaris não era muito protegido: ele tinha, provavelmente, apenas um exoesqueleto mole. Mas, independente disso, ele foi um sucesso. Animais como eles sobreviveram até 480 milhões de anos atrás.
Fonte: NewScientist
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