segunda-feira, 11 de abril de 2011

Polvo Dumbo

Polvo Dumbo é descoberto a mais de um quilômetro de profundidade

Do livro The Deep, da jornalista francesa Claire NouvianPolvo Dumbo, o mais raro dos Octopuses

 
Este raro animal, da espécie Octopuses, foi encontrado recentemente a mais de um quilômetro de profundidade, em uma zona chamada “zona de crepúsculo” onde a luz não chega e a produção de alimentos são reduzidos. O Projeto Internacional Censo da Vida Marinha (CVM) encontrou, desta vez, o Polvo Dumbo, um divertido molusco que leva esse nome devido às suas estranhas orelhinhas na cabeça - estruturas semelhantes a orelhas teriam sido, no passado, tentáculos modificados pela evolução da espécie – que os auxiliam a nadar para cima e para baixo.

Podendo chegar a 1,5 metros de comprimento, eles habitam regiões entre 300 e 5 000 metros de profundidade e se alimentam de vermes, moluscos bivalves, pelágicos copépodes e outros crustáceos que pairam acima do fundo do mar. Ao contrário de outros polvos, ele consome seus alimentos engolindo suas presas.

 
Existe outra espécie de Polvo Dumbo, que mede apenas 20 centímetros. Ela vive a 400 metros de profundidade e se move com a ajuda das orelhas, dos seus curtos tentáculos e de um jato de água que suga do oceano e expele pelo corpo para lhe dar impulso.

Há uma preocupação com o futuro dessa diversidade que habita a “zona de crepúsculo”. Como dependem do alimento produzido junto à superfície, esses animais podem sofrer com a falta destes, pois eles poderão ficar escassos devido às alterações climáticas. “A queda da produtividade alimentar na superfície começa a ser notada no fundo marinho com quantidades cada vez mais limitadas de alimentos. Estamos observando que menos materiais caem até ao fundo” adverte Snelgrove, diretor do Departamento de Ambientes Marinhos a grandes profundidades da Universidade Memorial da Terranova (Canadá). Outro grave fator é o aumento da deposição de resíduos humanos que reforça a acidez da água.

No entanto, isso não ofusca a importância das descobertas, principalmente para Robert Carney, um dos responsáveis pelo projeto “Embora o solo dos fundos pareça ser monótono e pobre em alimentos, este mesmo solo tem a máxima diversidade de espécies possível” diz Carney. A evolução dos animais está determinando as formas de muitos seres vivos e mais uma vez o homem tem um papel importantíssimo nisso, tanto para contribuir como para subtrair.

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