segunda-feira, 11 de abril de 2011

Gigantes Congelados

Qual o passado dos mamutes? E a grande questão: qual o seu futuro?

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Comparação entre um homem, um mamute e um elefante africano.
Há 3,5 milhões de anos, um grupo ancestral dos elefantes emigrou da África e se dispersou por todo o mundo. Aqueles que se dirigiram ao norte da Europa se tornariam os mamutes, de presas gigantescas e corpo coberto de longos pêlos. Podiam chegar a 7 metros de altura e 8 toneladas de peso. Há aproximadamente 10 mil anos, esta espécie desapareceu de maneira mais ou menos misteriosa.
Eles não foram os únicos: dezenas de mega mamíferos - como os tigres-dente-de-sabre e os castores gigantes foram extintos nesta época. O Brasil também possuía parte dessa fauna de gigantes: um bom exemplo é a preguiça-gigante, que possuía 4m de altura, 4 toneladas de peso, uma força descomunal além de garras grandes e afiadas. O principal suspeito é o fim da última era glacial, que teria alterado drasticamente todo o habitat destes animais. No norte europeu, por exemplo, a tundra siberiana transformou-se em extensos estepes. A expansão da espécie humana também é apontada como culpada: os homens caçavam mamutes para conseguir alimento durante invernos mais rigorosos.

A preguiça-gigante habitava as florestas do Brasil.


Mas os fósseis quase perfeitos de mamutes congelados que, às vezes, são encontrados na Sibéria colocam dúvidas quanto a estas teorias. Em 2007, o bebê mamute Lyuba, de quase 40 mil anos, foi encontrado nas margens do rio Yuribey. Aparentemente, ela morreu afogada na lama do leito do rio. Com a carne, os dentes e os pêlos perfeitamente bem conservados, este filhote foi quase que mumificado naturalmente.
Manter os tecidos tão bem preservados não é tarefa fácil. Para impedir que se formem cristais de gelo que danifiquem os músculos, é necessário que esta queda na temperatura seja extremamente acentuada e rápida. Talvez o fato da temperatura externa ser negativa tenha facilitado o processo, mas este ainda exige condições climáticas altamente volúveis.
Existem muitas suposições, desde a apocalíptica teoria de Mundos em Colisão, de Immanuel Velikovsky - que defende uma mudança súbita no eixo da Terra - até os mais aceitos Ciclos de Milankovitch, que falam das excentricidades na órbita terrestre.

Lyuba no Liberty Science Center

O passado de Lyuba ainda guarda muitos mistérios. O que é mais certo, entretanto, é o seu futuro.
É possível que, em 5 ou 6 anos, o mamute seja recriado. Pelo menos este é o objetivo de pesquisadores japoneses, russos e americanos. O material genético quase intacto de Lyuba será extraído e inserido num óvulo não fertilizado. É o mesmo processo que foi usado para clonar, por exemplo, a ovelha Dolly. Exceto que, no caso de Dolly, o óvulo utilizado era de outra ovelha e, no caso de Lyuba, será de seu parente mais próximo filogeneticamente: um elefante.
Um mamute clonado não seria só um grande avanço para a ciência - uma criatura extinta que volta à vida. Ele poderia ajudar a explicar, também, o que houve com a espécie. Além disso, correu, por volta de 2002, o boato de que o governo russo planejava, depois de conseguir clonar animais como os mamutes e os rinocerontes de pêlo longo, abrir um safári pré-histórico na região siberiana. Praticamente um Jurassic Park de mamíferos...

Reconstrução digital de um mamute no documentário "Andando Com as Feras"
É uma pena que os mamutes não estivessem bem equipados como os peixes antárticos, que não congelam. Quem sabe se ainda não estariam vivos?

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